Gênero


Mulheres todos os dias morrem ao abortar.  Nós lutamos para que elas não morram.



Muitas pessoas questionam: “Como pode ainda hoje acontecer uma gravidez indesejada?” Mas a verdade é que não precisamos pensar muito para nos lembrar que uma amiga, ou que nós mesmas, nossas companheiras ou conhecidas estiveram na dúvida e no temor de estarem grávidas sem ter escolhido estar. A realidade é que muitas e muitos de nós já vivenciamos situações sexuais sem a presença de preservativos, ou nos esquecemos de tomar... a pílula anticoncepcional, ou mesmo com todos os devidos cuidados engravidamos, já que nenhum método anticoncepcional é 100% seguro!

É bom, lembrar que para além dos nossos humanos esquecimentos a gravidez indesejada pode acontecer de diversas formas: Dezenas de mulheres são estupradas todos os dias, inclusive por seus maridos e companheiros; muitas são constrangidas por seus parceiros a não usarem camisinha; sem falar na dificuldade de acesso aos métodos contraceptivos; e, como já foi dito, os métodos contraceptivos, algumas vezes falham.

Além de uma gravidez não planejada, outros motivos levam as mulheres a realizar um aborto. Se o feto que está sendo gerado e não possui expectativa de vida fora do útero, como nos casos de fetos anencéfalos, esta será uma gravidez que trará sérios riscos à saúde da mulher.

Quem tem o direito de julgar ou decidir se esta é, ou não é, a hora da mulher ter um filho/a? Por que as mulheres não têm direito de decidir os rumos da própria vida? Por que quando a mulher engravida sem
desejar ela deve ser obrigada a ter esse filho? Nenhuma mulher gosta de fazer aborto. Esse é na verdade o último recurso diante de uma gravidez indesejada.

A maternidade deve ser uma decisão livre e desejada, uma opção para as mulheres, e não uma obrigação.

A criminalização do aborto não impede que ele ocorra e nem reduz sua incidência. Mesmo o abortamento sendo considerado crime pela nossa legislação, pecado para as religiões predominantes, e errado para grande parte da população, ele ocorre. Nenhuma das tentativas de minar a autonomia das mulheres em decidir sobre suas vidas deu certo. E o aborto continua a acontecer.

A questão é que a criminalização aumenta em muito as condições de risco de vida para as mulheres, principalmente às pobres e negras, que compram remédios ilegais e inseguros, muitas vezes adquiridos em lugares perigosos e vendidos por pessoas duvidosas, ou recorrem à métodos arcaicos que colocam suas vidas em risco. Se as mulheres possuem algum recurso financeiro ainda assim não estão seguras, já que recorrem a clínicas clandestinas, que não possuem fiscalização sanitária ou médica.

O Ministério da Saúde fez um estudo sobre as pesquisas sobre o aborto nos últimos 20 anos e comprovou a tese de que a ilegalidade do aborto traz consequências para a saúde das mulheres e tem impacto negativo na vida das mulheres pobres e negras. De acordo com essa pesquisa (2008), todos os anos, cerca de 240 mil brasileiras são internadas nos hospitais do SUS em decorrência de abortos inseguros. Elas chegam com hemorragia e infecções, que por vezes as levam à morte. São cerca de um milhão de abortos por ano. Uma pesquisa da UNB apurou que 15% das mulheres no Brasil urbano afirmam ter realizado aborto. São mulheres, em geral, com parceiros fixos e que usam métodos contraceptivos.

Existem métodos seguros de interrupção da gravidez que não colocam em risco a vida nem a saúde das mulheres que abortam, mas a proibição faz com que o abortamento seja atualmente a terceira causa de morte no Brasil e a ilegalidade mantém uma indústria clandestina em detrimento da saúde pública, integral e gratuita como direito. Aborto legal é questão de saúde pública e garantia de autonomia às mulheres.

O aborto vem sendo pautado na sociedade com mais frequência a cada ano, sobretudo em períodos eleitorais. A defesa ou não da legalização tem sido moeda de troca para os políticos na hora de pedir voto. O que se vê é um movimento conservador se organizando cada vez mais para para não só impedir que as mulheres avancem na conquista de direitos e de autonomia, como retroceder nas pequenas conquistas que já tiveram, como os casos de abortos já legalizados.

Em Fortaleza, nos último três meses temos acompanhado diversas iniciativas da Bancada Religiosa de ataque aos Direitos das Mulheres, como por exemplo, os Projeto de Lei do vereador Walter Cavalcante que, incorpora a Marcha contra o aborto no Calendário Oficial da Cidade e visa a Transmissão de missas e cultos na TV Fortaleza. Além disso, a nova gestão inicia o ano aprovando uma Reforma Administrativa que acaba com a Secretaria de Mulheres, rebaixando-a à Coordenadoria e inserindo-a no bojo da Secretaria de Direitos Humanos.

Convocamos assim a sociedade cearense, os movimentos sociais e aliadas(os) para juntas/os debatermos os males que a criminalização do aborto causa a vida das mulheres, em especial às chefes de famílias, trabalhadoras, pobres e negras. Só assim poderemos avançar rumo à construção de um país justo, onde as mulheres efetivamente tenham direito à igualdade e autonomia para determinar seus projetos de vida.
Frente Estadual Pela Descriminalização e Legalização do Aborto - Ceará.
Educação sexual para prevenir.
Contraceptivo para não engravidar.
Aborto legal e seguro para não morrer.
70% dos gastos da camada “Emergente” saem dos bolsos das Mulheres Poderosas que comandam a “CLASSE C” no Brasil

"De acordo com dados do instituto Data Popular, nos lares da Classe C são as mulheres quem decidem quais alimentos a família vai consumir, quais hospitais ou médicos procurar e em qual escola os filhos vão estudar."
O salário delas cresceu 60% mais que o dos homens nos últimos 10 anos. Nesse período, o percentual de lares que chefiam pulou de 22,2% para 37,3%. E, hoje, de cada R$ 100 gastos com produtos e serviços pelas novas famílias que ascenderam na pirâmide social brasileira, R$ 70 saem do bolso dessas mulheres. Proporcionalmente, o valor é quase três vezes maior que o desembolsado pelas mais ricas das classes B e A. Com participação cada vez maior no mercado de trabalho e renda em alta, as mulheres respondem por 70% dos gastos da camada emergente.
Passaram-se quase cinco décadas desde que militantes da causa feminista decidiram atear fogo em sutiãs, episódio que acabou se tornando um marco do processo de liberação da mulher na sociedade moderna. Desde então, em diversas partes do mundo, de coadjuvantes elas passaram a protagonistas no mercado de trabalho, na política e, principalmente, no convívio familiar.
No Brasil, onde 40 milhões de pessoas ascenderam à classe média nos últimos 10 anos, não foi diferente. De cada R$ 100 consumidos pela Classe C em produtos e serviços, as mulheres são responsáveis por R$ 70. O valor é quase três vezes maior do que gastam, proporcionalmente, as mulheres mais ricas.
 Nas classes A e B, dos mesmos R$ 100 despejados no mercado, elas participam com apenas R$ 25. Com mais dinheiro no bolso, elas passaram a ditar as regras em casa. De acordo com dados do instituto Data Popular, nos lares da Classe C são as mulheres quem decidem quais alimentos a família vai consumir, quais hospitais ou médicos procurar e em qual escola os filhos vão estudar. "Há uma pluralidade da nova classe média que trouxe mais identidade ao país. E nesse novo quadro, quando o assunto é o orçamento familiar, quem toma as decisões na Classe C é a mulher", disse ao Correio o ministro da Secretaria de Assuntos Especiais (SAE) da Presidência da República, Moreira Franco.
Nos últimos 10 anos, o percentual de lares brasileiros chefiados por mulheres passou de 22,2% para 37,3%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Grande parte desse fenômeno se explica pela expansão do mercado de trabalho. Em 2002, de cada 10 mulheres com idade entre 16 e 60 anos, somente duas tinha emprego formal. Dez anos depois, essa proporção aumentou para três de cada 10 mulheres. Elas no poderAinda que tímido, o avanço proporcionou outra conquista feminina: a redução da histórica discrepância entre os salários pagos a homens e a mulheres. Como estudam em geral mais do que os homens, elas passaram também a ganhar mais. Somente nos últimos 10 anos, a renda das mulheres cresceu 60% mais do que a deles. Tal desempenho levou as empresas que atuam no Brasil a repensar suas políticas comerciais, colocando a mulher da classe C no centro das atenções. "Ainda existem mercados muito focados na decisão de compra do homem, como o automotivo e o de áudio e vídeo.
Mas, com o avanço das mulheres da nova classe média, as empresas estão apostando cada vez mais suas fichas no poder de compra feminino", diz a diretora do grupo Troiano de Branding, Renata Natacci.Somente em 2012, a renda das mulheres brasileiras alcançará R$ 737 bilhões. Desse montante, 35,5%, ou o equivalente a R$ 262 bilhões, serão gastos pelas mulheres da nova classe média. Tamanha disposição em abrir a carteira chamou a atenção de organismos ambientais, que estão preocupados em saber como as decisões de consumo dessas mulheres podem causar impacto no meio ambiente. No estudo Mulheres e tendências atuais e futuras do consumo no Brasil, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente, a ministra titular da pasta, Izabela Teixeira, diz que as mulheres da nova classe média mudaram não só o mercado de consumo como também a cara do Brasil.
"Elas são mais da metade da população, tendencialmente o segmento mais educado (com mais anos na escola), e migram a passos largos do papel de influenciadoras para o de tomadoras de decisões (nos lares)", escreveu a ministra no documento, publicado em maio deste ano.O maior controle das decisões domésticas se traduz em números. Em 49% dos lares brasileiros de classe média, as mulheres não só trabalham como influenciam diretamente todos os aspectos domésticos. Além de questões básicas, como quais alimentos a família vai consumir, elas dão a última palavra quando o assunto é o orçamento doméstico ou até a forma como o casal vai poupar dinheiro para o futuro. Mais estudoNascidas em um período de maior protagonismo feminino, as mulheres estão estudando cada vez mais que os homens. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, das com idades entre 18 e 24 anos, 61% possuíam, até 2011, ensino médio completo ou mais. A mesma pesquisa mostrou que apenas 48% dos homens nessa faixa etária tinham o mesmo grau de instrução.
"O empresário conta que o resultado da pesquisa apontou o drama dos produtores para comercializar os alimentos de forma rentável. Já do lado do consumidor, as principais reclamações eram relacionadas ao custo do produto e à dificuldade de encontrá-los, porque a distribuição era muito pulverizada.Schiaffino diz que o Organomix foi lançado em junho deste ano e que algumas premissas estão sendo comprovadas."
Fonte: http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,produtos-organicos-ganham-espaco-e-estimulam-negocios,2561,0.htm


RETROSPECTIVA 2012
Há mais mulheres negras morando sozinhas com filhos, do que brancas, levantamento utilizou dados do IBGE e do Ministério da Saúde.
Fonte: Rede afro-brasileira
Mais de 90 casais homossexuais se casam em cerimônia coletiva no Rio
Fonte: R7
Mulheres Negras são maioria entre as Jovens que não trabalham nem estudam
Fonte: Áfricas – 21/11/12
Pastor que fazia ‘cura gay’ é preso por abuso sexual de dois homens
Fonte: O globo
CPMI que investiga Violência Contra a Mulher no Brasil faz Diligência no Rio de Janeiro
Por: Flávia Villela / Fonte: EBC / MONICA AGUIAR
Mulheres africanas surpreendem mercado mundial
Fonte: Geledés
Ação pede retirada do ar de quadros do “Zorra Total” que incitem preconceito a gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.
Fonte: Portal Geledés

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