Incêndio
provocado por racismo no futebol de Israel
Um incêndio ontem na sede do
principal clube de futebol de Jerusalém trouxe à tona o debate sobre o
crescente racismo anti-islâmico na sociedade israelense. A polícia suspeita que
torcedores do próprio Beitar Jerusalém atearam fogo ao prédio revoltados com a
contratação de dois jogadores muçulmanos da Chechênia. O time era o único de
Israel a manter uma política de colocar em campo apenas atletas judeus e seus
torcedores são conhecidos pela violência e radicalismo de extrema direita.
Até o primeiro-ministro de Israel,
Binyamin Netanyahu, entrou na história ao condenar o "vergonhoso"
ataque. "Não podemos aceitar esse comportamento racista", afirmou o
premiê. "O povo judeu, que sofreu perseguições e expulsões, deve ser um
exemplo." Grande parte da torcida do Beitar Jerusalém vota no partido de
Netanyahu, o direitista Likud.
O fogo que tomou o prédio no
amanhecer de ontem consumiu toda a sala de troféus do time. Camisas históricas,
fotos, bandeiras e livros sobre a história do time também foram destruídos.
"Toda a história do Beitar Jerusalém", lamentava o porta-voz do
clube, Asaf Shaked. Ele prometeu que a diretoria do clube "continuará a
lutar contra esses torcedores" e "abraçará os dois novos
atletas".
No último jogo da equipe, quando já
havia sido confirmada a contratação dos dois jogadores chechenos, a torcida
abriu uma bandeira na arquibancada com um recado: "Beitar puro para sempre".
A frase, semelhante às usadas na Alemanha nazista para justificar a expulsão de
judeus de clubes esportivos, foi motivo de amplo debate nos jornais
israelenses. Quatro torcedores foram indiciados por incitação ao ódio.
O pior caso envolvendo a torcida
ocorreu no ano passado. Aos gritos de "Morte aos árabes", fãs do
Beitar Jerusalém invadiram um shopping center e atacaram funcionários árabes.
Um dos jogadores chechenos está
machucado e o outro deve entrar em campo pela primeira vez contra um time de Sakhnin,
cidade árabe-israelense, no domingo. A ministra da Cultura e dos Esportes de
Israel, Limor Livnat, prometeu comparecer ao estádio.
Eli Abarbanel, procurador israelense
e torcedor do Beitar, disse que o ataque de ontem representa "um fenômeno
sério de racismo na sociedade israelense". Para Itzik Kornfein, presidente
do clube, o caso "tem ramificações na sociedade de Israel e na forma como
israelenses veem o mundo". / NYT
Fonte: O Estado de S.Paulo – 09/02/13
Vieira
diz que racismo na Itália é inevitável e pede novas medidas
Fonte: Geledés - 01/12/12
Com passagens por Milan,
Juventus e Internazionale no período em que atuou profissionalmente, o já
aposentado Patrick Vieira afirmou que atos racistas são atitudes naturais no
futebol italiano. Em entrevista ao jornal inglês The Times, o francês, que
nasceu em Senegal, afirmou que os jogadores negros que desejarem atuar na Itália
devem esperar por manifestações preconceituosas.
"Não quero que a
Inglaterra chegue ao ponto em que se encontra a Itália. Os italianos nunca
lutarão contra isso, então, se você é um atleta negro e almeja jogar neste
país, precisa esperar e aceitar o racismo", disse.
No último dia 21 de setembro,
torcedores da Lazio hostilizaram Aaron Lennon e Jermain Defoe, ambos do
Tottenham, em todos os momentos em que os atletas tocaram na bola, em partida
válida pela Liga Europa. Como punição, a União das Federações Europeias de
Futebol (UEFA) multou o clube italiano em 40 mil euros (cerca de R$ 110,6
milhões).
"Se expulsar o clube de
uma competição europeia por falta de controle de seus torcedores, isso
aconteceria uma vez e, garanto, que já não aconteceria em uma segunda
oportunidade. Se nada for feito, essa situação irá piorar e não sabemos aonde
vai parar", encerrou.
A
inserção do negro no futebol brasileiro
Fonte: Yahoo – 21/11/12
Considerado esporte de elite em
seus primórdios, o futebol demorou a aceitar a presença de negros nos times do
BrasilEste dia 20 de novembro de 2012 marca os 317 anos da morte de Zumbi dos
Palmares, e o feriado conhecido como Dia da Consciência Negra visa lembrar aos
brasileiros a importância do povo africano na formação da cultura nacional. E,
como não podia deixar de ser, no futebol, esporte mais importante do país e
forte expressão da cultura brasileira, o negro também teve - e continua tendo -
participação importante.
O futebol chegou ao Brasil com
status de esporte de elite. Na Inglaterra, já era jogado por operários de
fábricas, mas chegou a terras brasileiras por meio de estudantes de classe
alta, que voltavam do Reino Unido com bolas e chuteiras na bagagem, como foram
os casos de Charles Miller e Oscar Cox, os pioneiros da modalidade no Brasil.
Bangu
e Vasco: pioneirismo e "exclusão"
No entanto, não demorou muito
para que o football conquistasse os operários e trabalhadores também do Brasil.
O exemplo mais simbólico é o do Bangu Atlético Clube, time fundado por
ingleses, mas formado, em grande parte, pelos operários da Fábrica de Tecidos
Bangu, no subúrbio do Rio de Janeiro. O clube foi o primeiro no estado a
escalar um atleta negro, Francisco Carregal, em 1905. O feito fez com que, em 1907,
a Liga Metropolitana de Football (equivalente à atual FERJ) publicasse uma nota
proibindo o registro de "pessoas de cor" como atletas amadores de
futebol. O clube, então, optou por abandonar a Liga e não disputar o Campeonato
Carioca.
O Bangu ficou conhecido como um
clube símbolo da luta contra o racismo no futebol brasileiro, mas foi o Vasco
da Gama que entrou para a História ao conquistar um título com um plantel
formado quase que inteiramente por jogadores negros, muitos deles
"contratados" junto ao Bangu (à época, o futebol ainda era amador, e
não havia contratações formais de atletas). O clube, que em 1905 já havia
elegido um presidente mulato, Cândido José de Araújo, foi campeão carioca em
1923, seu ano de estreia na Primeira Divisão, e despertou a ira dos rivais. No
ano seguinte, Fluminense, Flamengo, Botafogo e outros times abandonaram a Liga
e fundaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), entidade à
qual o Vasco só poderia se filiar se dispensasse seus 12 atletas negros.
Cabelo
esticado e pó-de-arroz para disfarçar
Apesar do grande racismo no
futebol brasileiro no início do século XX, o primeiro grande ídolo da
modalidade no país foi justamente um mulato. Filho de um alemão com uma
brasileira negra, Arthur Friedenreich foi o maior jogador brasileiro na época
do futebol amador. Autor do gol que daria o primeiro título à Seleção
Brasileira, o Sul-Americano de 1919, Friedenreich era mulato e tinha olhos
verdes. antes de entrar em campo, o atacante esticava o cabelo rente ao couro
cabeludo para parecer "mais branco".
Tática semelhante foi usada por
Carlos Alberto, jogador que trocou o America pelo Fluminense em 1914. Como a
camisa branca do clube de elite da zona sul contrastava com sua pele mulata,
Carlos Alberto entrava em campo maquiado com pó-de-arroz, que, ao longo da
partida, ia escorrendo junto ao suor. A torcida então passou a gritar
"pó-de-arroz", que posteriormente se tornaria um apelido dos adeptos
tricolores.
Profissionalismo
e a inserção do negro no futebol
O Fluminense, aliás, também
teve sua participação na luta contra o racismo no futebol, apesar de
involuntariamente. À medida que a presença de negros e mulatos foi se tornando
cada vez mais aceita dentro dos elencos - ou necessária, pois o nível do
futebol praticado em campo ia melhorando e os times se viam obrigados a contar
com jogadores de todos os tons de pele para poder competir em pé de igualdade
com seus rivais - o clube das Laranjeiras viu aumentar o preconceito dos sócios
com os jogadores negros que frequentavam sua sede. Como uma medida para separar
sócios de jogadores, o Fluminense entrou na briga pela profissionalização do
futebol no início da década de 1930, fazendo com que seus jogadores, agora
empregados assalariados, entrassem na sede das Laranjeiras pela porta de
funcionários e não mais tivessem contato com os sócios elitistas.
A profissionalização do futebol
no Brasil foi um grande passo para a redução do racismo na modalidade. Como os
atletas passaram a ser contratados e pagos de acordo com seu nível técnico, a
cor de pele dos jogadores passou a ser uma questão menos importante. A nova
situação do futebol brasileiro propiciou o reconhecimento de talentos como
Leônidas da Silva, o Diamante Negro, que encantou o mundo na Copa de 1938, na
França. Antes disso, a presença de negros na Seleção Brasileira ainda era vista
com maus olhos.
Em 1921, por exemplo, o então
presidente Epitácio Pessoa sugeriu que não fossem convocados jogadores negros
para a disputa do Sul-Americano daquele ano para que fosse projetada no
exterior "uma imagem composta pelo melhor da sociedade brasileira".
No entanto, a popularização do futebol ao longo do século passado o expandiu a
todas as camadas sociais do país, e negros como Domingos da Guia, Leônidas,
Barbosa, Nilton Santos e outros foram conquistando seu espaço nos clubes e na
Seleção e agregando valor ao futebol brasileiro.
Atualmente, ainda não é
possível dizer que o futebol brasileiro se viu livre do racismo. No entanto, é
evidente o reconhecimento da participação do negro no desenvolvimento do
futebol do país, a ponto de o melhor jogador de todos os tempos, eleito atleta
do século XX, Pelé, ser negro e não precisar esticar o cabelo nem passar
pó-de-arroz para ter seu talento reconhecido.
Após
cirurgia e alta hospitalar, Pelé e Beckenbauer são nomeados conselheiros do
Comitê de Futebol da Fifa
Fonte: Estadão
Aos 72 anos, Pelé passou por
uma operação no quadril e recebeu alta nesta quinta-feira (15/11). Segundo
informações do hospital, o Rei foi submetido a uma "cirurgia de
artroplastia total de quadril direito", por conta do desgaste sofrido na
extremidade superior do fêmur. Esta extremidade foi substituída por uma prótese
de cerâmica. Ele deverá ficar em repouso nos próximos dois meses, período em
que precisará de auxílio para caminhar.
Pelé não conteve as lágrimas
ao deixar o Hospital Albert Einstein.
ZURIQUE – Nesta sexta-feira
(16/11) a Fifa anunciou que Pelé e Franz Beckenbauer se tornaram conselheiros
do seu Comitê de Futebol. Os dois ídolos do esporte foram integrados ao Comitê
após a dissolução da Força-Tarefa Futebol 2014, do qual faziam parte. A decisão
foi tomada em reunião presidida por Michel Platini, em Zurique, nesta
sexta-feira.
Pelé
trabalhará ao lado de um grupo de notáveis
"O comitê tem a enorme
missão de enfrentar as importantes questões que afetam o jogo, a começar pelo
combate a ameaças como a manipulação de resultados e pela definição da
estrutura e do desenvolvimento do esporte, bem como abordar temas diretamente
relacionados ao futebol em si", explicou o presidente da Fifa, Joseph
Blatter.
"A nova composição é um
verdadeiro conselho de notáveis, e estes especialistas de alto calibre são os
mais qualificados para encontrar as melhores soluções para o esporte",
reforçou o dirigente, se referindo aos novos integrantes do Comitê.
O grupo contará com o
ex-jogador australiano Harry Kewell, o ex-jogador da seleção salvadorenha Jaime
Rodríguez, o ídolo da seleção argelina Rabah Madjer, o diretor-executivo da
Premier League inglesa, Richard Scudamore, o ex-presidente da Federação Grega
de Futebol, Sofoklis Pilavios, e o atual técnico da Jamaica, Theodore Whitmore.
Pelé não pôde comparecer ao
evento porque se recupera de cirurgia no quadril realizada no sábado (10/11).
Sem Pelé, um dos destaques
do evento da Fifa nesta sexta foi Beckenbauer. "Foi uma sábia decisão unir
forças neste Comitê de Futebol reformulado, em vez de termos diferentes
instâncias lidando com as mesmas questões que a Força-Tarefa Futebol
2014", destacou Beckenbauer. "O futebol não é intocável. Precisamos
lidar com aspectos importantes do esporte e este comitê é a instância certa.
Ele representa o poder do futebol. Estou muito satisfeito por fazer parte deste
comitê", comentou.
Goleiro
Felipe Defende a presença das Baianas do Acarajé na Copa de 2014
Fonte: Uol
O goleiro Felipe, do Flamengo,
entrou na briga para garantir a presença das baianas do acarajé na Copa do
Mundo de 2014 na cidade de Salvador (BA), e disse que pretende engajar outros
boleiros na campanha. Felipe é filho da presidente da Abam (Associação das
Baianas do Acarajé), Rita Santos, e afirmou ao UOL Esporte que não se importa
de assumir a posição de “embaixador do acarajé”.
Na última sexta-feira, a Fifa
recuou em sua disposição de proibir a venda do produto na Arena Fonte Nova e em
seus entornos em dias de jogos da Copa na capital baiana. O fato ocorreu um dia
após o UOL Esporte informar que o MP-BA (Ministério Público da Bahia) divulgara
recomendação e estava disposto a ir à Justiça para garantir o direito das
baianas do acarajé de comercializar o produto nas ruas e estádios de Salvador.
O goleiro Felipe faz coro à
reivindicação. “Não estamos pedindo nada de mais. Eu apoiaria a causa mesmo que
não fosse pela minha mãe. Todo mundo gosta de acarajé, é algo positivo. Se você
está em Porto Alegre (RS), quer provar um churrasco, se vai à Bahia, um
acarajé”, disse ele. “A gente não tinha entendido nada dessa proibição, só
achou estranho querer proibir o quitute mais famoso do Estado.”
Fã do bolinho, o goleiro
rubro-negro disse que vai tentar conseguir o apoio dos amigos Vampeta e
Edilson, além de Ronaldo (membro do Comitê Organizador Local da Copa). “Tenho
certeza que muitos atletas vão apoiar a ideia.”
A polêmica do acarajé começou
quando a Fifa indicou, no início de outubro, que só permitiria que o produto
fosse vendido pela empresa que vencer a licitação cujo resultado deverá ser
anunciado em novembro. A Abam, entidade que conta com cerca de três mil
filiadas e que há 20 anos representa os interesses da classe, se viu de fora da
Copa, já que as regras da Fifa, que foram incorporadas à Lei Geral da Copa em
junho de 2011, impedem a presença de ambulantes em um raio de dois quilômetros
das arenas do Mundial.
Esta possibilidade revoltou o
Ministério Público da Bahia, que ameaçou entrar na Justiça. Na noite da última
sexta-feira, então, a FIFA recuou. Em nota enviada ao UOL Esporte, a entidade
afirmou estar discutindo com autoridades locais a participação das vendedoras.
A presidente da Abam afirmou, porém, que, até a noite de sexta, a entidade não
havia sido procurada.
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