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Relatório mapeia graves violações à liberdade de expressão dos jornalistas e defensores de Direitos Humanos

Brasil e México
Relatório inédito, divulgado mundialmente pela ONG internacional ARTICLE 19, revela que 52 jornalistas e defensores de Direitos Humanos sofreram graves violações à liberdade de expressão no ano de 2012 no Brasil, e 207, no México. O lançamento do documento será realizado simultaneamente no Brasil e no México no dia 14 de março de 2013. A íntegra do relatório no Brasil estará disponível amanhã no site nacional www.artigo19.org e no site internacional www.article19.org
No Brasil, o levantamento identificou casos de homicídio (30%); tentativas de homicídio (15%); ameaças de morte (51%); e sequestros ou desaparecimento (4%). As vítimas sofreram retaliações por denunciarem publicamente atos de violência praticada por policiais; conflitos agrários; crimes ambientais ou práticas de corrupção.
O relatório também apresenta um panorama comparativo das violações à liberdade de expressão no mundo. No Brasil, as regiões Centro-Oeste e Sudeste foram as que apresentaram o maior número de ocorrências.
“Embora não haja uma intenção da institucionalização da censura no Brasil, em boa parte dos casos, percebemos que os processos de intimidação e violência ocorrem por meio da atuação de representantes do Estado, seja através da polícia, de políticos ou agentes públicos”, afirma Paula Martins, diretora da ARTICLE 19 na América do Sul. “São ações não coordenadas e difusas, especialmente nos municípios. O Estado não apenas tem se omitido como acaba sendo protagonista de certas ações”, acrescenta.
O relatório “Graves violações à liberdade de expressão de jornalistas e defensores de Direitos Humanos” relata os casos acompanhados pela equipe da ARTICLE 19 e as medidas adotadas pelo Poder Público.
De forma complementar, o documento também apresenta outros tipos de intimidação, como agressões físicas; prisões; detenções arbitrárias; sanções civis desproporcionais e processos civis e criminais, sob a alegação de calúnia, injúria ou difamação.
Após o lançamento oficial, a ARTICLE 19 encaminhará o documento às autoridades nacionais, ONGs e veículos de imprensa no Brasil e no mundo; além dos órgãos de Direitos Humanos da ONU, OEA e União Europeia.
No Brasil, a ARTIGO 19 realiza atividades na área de acesso à informação desde 2005 e, desde fevereiro de 2007, mantém um escritório na cidade de São Paulo. Atualmente as atividades da ARTICLE 19 no Brasil dividem-se em um programa jurídico e nos programas de acesso à informação e de liberdade de expressão.
BRASIL EM NÚMEROS:
Um jornalista ou defensor de direitos humanos é assassinado a cada quatro semanas no Brasil por algo que tenha afirmado ou publicado. Para cada assassinato, há mais de 3 situações em que o jornalista ou defensor de direitos humanos já havia sofrido um sério atentado contra sua vida.
16 jornalistas e defensores de direitos humanos foram assassinados por se manifestarem no ano de 2012.
7 destes eram jornalistas e 9, defensores de direitos humanos.
Nós investigamos 82 casos em que profissionais da mídia ou defensores de direitos humanos foram vítimas de violência. Em praticamente 2/3 dos casos (52 casos ou 64%), as vítimas sofreram algum tipo de ataque por terem feito alguma denúncia, oral ou escrita.
Tipo de violência
Número de casos
Porcentagem
Homicídio
16
30
Tentativa de homicídio
7
15
Sequestro
2
4
Ameaça de morte
27
51
Total
52
100



84% de todas as ameaças de morte (27 casos) estão relacionadas a algo que a vítima tenha feito ou dito.
81% destas ameaças ocorreram contra pessoas do sexo masculino.
19% é o percentual de mulheres vítimas de ameaças (menos de 1/5)
21 ameaças de morte foram feitas contra jornalistas e 6, contra defensores de direitos humanos
Quem sofreu a violência?
O dobro de jornalistas (30, comparado com 17 defensores de direitos humanos) foram vítimas da maioria dos sérios ataques à liberdade de expressão (classificados como homicídios ou tentativa de homicídio).

A maioria das vítimas dos casos mais sérios de violência contra jornalistas são contra aqueles que escrevem em blogs populares (44%).
Vítima
Porcentagem
Jornalistas do impresso
25
Jornalistas de radiodifusão (Rádio e TV)
31
Jornalistas de internet
44

Os jornalistas de rádio difusão foram o alvo de 31% dos casos mais sérios de violência. Os que trabalham em TV (14%) estão um pouco menos vulneráveis a se tornarem vítima de violência do que aqueles que trabalham no rádio (17%).
Geografia da violência:
Houve mais violência contra a liberdade de expressão nas zonais rurais do que nas grandes cidades.
§  Quase 50% dos casos de violência ocorreram em cidades com população menor do que 100 mil habitantes
§  Incluindo as cidades com população em cerca de 500 mil pessoas, essa taxa sobe para 68%.
§  Menos de 1/3 dos crimes contra a liberdade de expressão ocorreram nas grandes cidades (32%).
São Paulo, Mato Grosso do Sul e Maranhão são os estados mais violentos.
Motivação para a violência:
Em praticamente ¾ dos casos (74%), a violência foi motivada por alguma declaração específica feita contra um agente público, funcionário público ou empresa privada.
Outros fatores de motivação incluem a manifestação de uma opinião crítica (17%), o compartilhamento de uma informação (4%) e a participação em passeatas (2%).
Pelo menos um agente do Estado está envolvido em cerca de 1/5 dos casos de violência contra a liberdade de expressão (18%).
MÉXICO EM NÚMEROS:
A violência contra jornalistas ou profissionais da mídia – relacionada a algo que disseram – cresceu 20% em 2012, em comparação com 2011.
7 jornalistas foram mortos por se expressarem.
2 jornalistas foram sequestrados e ainda estão desaparecidos em razão de seu trabalho.
Ocorreram 8 ataques às sedes de empresas de mídia com uso de armas de fogo e explosivos em razão de algo que as mesmas publicaram ou transmitiram.
207 casos de violência contra jornalistas foram registrados em 25 dos 32 estados da federação.
Tipo de violência
Número de casos
Porcentagem
Homicídio
7
3.38
Desaparecimento
2
0.96
Sequestro
11
5.31
Ataques Físicos
98
47.34
Prisões ilegais
9
4.35
Deslocamento forçado
14
6.76
Ameaças diretas
28
13.53
Intimidações e ameaças indiretas
31
14.97
Outros
7
3.38
Total
207
100

Quem sofreu a violência?
Repórteres e cinegrafistas são os mais vulneráveis aos ataques.
No País, 7 dos 10 ataques foram diretamente contra estes dois grupos de profissionais.
Vítimas
Porcentagem
Jornalistas da mídia impressa
44
Jornalistas de radio difusão
28
Proprietários de veículos de mídia
7.2
Editores
1.4
Apresentadores de Rádio e TV
1.9
Colunistas
3.3
Organizações
13

Quem são os responsáveis?
 Praticamente metade dos ataques (44%) envolveram agentes do Estado, sendo a polícia municipal responsável por 45%; policial estadual, 42%; e polícia federal, 12%.
O Estado Mexicano afirma que organizações criminosas são a única grande ameaça à segurança dos jornalistas e ressaltam que o tráfico de drogas é o ponto chave para a prática destes crimes.
No entanto, a nossa pesquisa mostra que os oficiais estaduais estavam implicados três vezes mais do que o crime organizado, que respondem por 14% casos de violência contra jornalistas.

Agressor
Porcentagem
Agentes do Estado
46
Crime organizado
14
Indivíduos comuns
14
Grupos políticos
5
Grupos sociais
6
Desconhecidos
15

Leia o relatório na íntegra.  
Fonte: Article 19

O racismo no Brasil pelo olhar de quem veio de fora


 “Open Arms, Closed Doors” é um filme sobre um imigrante angolano que vive na favela da Maré, no Rio de Janeiro, e compõe rap para combater o preconceito sofrido diariamente. Pedi para as diretoras, as brasileiras Fernanda Polacow e Juliana Borges, um texto sobre a experiência de produzir o documentário.
Vale a pena assistir e compartilhá-lo nas redes sociais. O resultado acaba funcionando como um espelho do que somos, mostrando que, não raro, agimos com o mesmo preconceito utilizado contra nós por alguns cidadãos e governos do centro do mundo.
O racismo no Brasil pelo olhar de quem veio de fora, por Fernanda Polacow e Juliana Borges*
Discutir o racismo na sociedade brasileira sempre é um assunto controverso. Para início de conversa, uma parcela significativa da nossa população insiste em dizer que este é um problema que não enfrentamos. Somos miscigenados, multirraciais, coloridos. Como um país assim pode ser racista?
Foi essa a pergunta que o angolano Badharó, protagonista do documentário “Open Arms, Closed Doors” (Braços Abertos, Portas Fechadas), que dirigimos para a rede de TV Al Jazeera e que será veiculado a partir de hoje em 130 países, se fez quando chegou ao Brasil em 1997 esperando encontrar o Rio de Janeiro que ele via nas novelas.
Badharó é um dos milhares de angolanos que vieram viver no Brasil. Depois de fugir da guerra civil no seu país de origem, escolheu aqui como novo lar – um país sem conflitos, alegre, aberto aos imigrantes e cuja barreira da língua já estava ultrapassada à partida. Foi parar no Complexo da Maré, onde está localizada a maior concentração de angolanos do Rio de Janeiro.
Para quem defende que o Brasil não é um país racista, vale ouvir o que ele, um imigrante negro, tem a dizer sobre a nossa sociedade. Badharó não nasceu aqui, não carrega nossos estigmas, não foi acostumado a viver num lugar em que muitos brancos escondem a bolsa na rua quando passam ao lado de um negro. Depois de 15 anos vivendo numa comunidade carioca, ele tem conhecimento de causa suficiente para afirmar: “O Brasil é um dos países mais racistas do mundo, mas o racismo é velado”. O documentário segue a rotina deste rapper de 35 anos e mostra o dia a dia de quem sofre na pele uma cascata de preconceitos, por ser pobre, negro e imigrante.
Além de levantar o tema do nosso racismo disfarçado, o documentário propõe, também, uma outra discussão: agora que estamos nos tornando um país alvo de imigrantes, será que estamos recebendo bem esses novos moradores?
Com a ascensão do Brasil como potência econômica e o declínio da Europa, principal destino de imigração dos africanos, nos tornamos um foco para quem não apenas procura uma situação melhor de vida, mas para quem procura uma melhor educação ou mesmo um bom posto de trabalho. São muitos os estudantes africanos de língua portuguesa que desembarcam no Brasil. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, Angola foi o quarto país do mundo que mais solicitou visto de estudantes no Brasil em 2012. Com esta nova safra de imigrantes, basta saber como vamos nos comportar.
Europeus e norte-americanos encontram nossas portas escancaradas e nossos melhores sorrisos quando aportam por aqui, mesmo que estejam vindo de países falidos e em situação irregular. No entanto, um estudante angolano com visto e com dinheiro no bolso, continua sofrendo preconceito. Foi este o caso da estudante Zulmira Cardoso, baleada e morta no Bairro do Brás, em São Paulo, no ano passado. Vítima de um ato racista, a estudante virou o mote de uma musica que Badharó compôs para que o crime não fique impune. Isto porque tanto as autoridades brasileiras quanto as angolanas não deram sequência nas apurações e o crime segue impune.
A tentativa de abafar qualquer problema de relacionamento entre as duas nações pode afetar as interessantes parceiras comercias que existem entre os dois governos. Para todos os efeitos, continuamos sendo ótimos anfitriões e estamos de braços abertos para quem quer aqui entrar.
Fonte: Leonardo Sakamoto

Limpeza Étnica em Israel

O reconhecimento, por parte das autoridades israelenses, da esterilização das mulheres etíopes que professam a religião judaica – e que migram para Israel usando a “lei do retorno” (allyah), segundo a qual todo judeu do mundo pode “voltar” a Israel, mesmo que jamais tenha posto os pés lá – foi manchete em quase toda a mídia internacional, corporativa e independente. A questão levantou debates intensos em círculos feministas, de direitos humanos, dos direitos da população negra e na sociedade israelense. Uma leitura atenta das cartas dos leitores publicadas na mídia de Israel mostra uma maioria perplexa e crítica, mas houve também quem defendesse a esterilização, e não foram poucos – espelho de uma sociedade política, econômica, social, religiosa e culturalmente bastante diversificada. E dividida.
Mas com um novo Parlamento tomando posse e discussões em torno do futuro primeiro-ministro – Benjamin Netanyhau deve ser eleito para seu segundo mandato consecutivo, e o terceiro não consecutivo –, além do tema recorrente da “ameaça” representada pelo Irã atômico e da “necessidade” de impedir que os iranianos fabriquem bombas nucleares, acabaram pondo um ponto final no debate sobre a esterilização. Mas isso não significa esquecê-lo. O fato levantou questões importantes sobre o tratamento dispensado a imigrantes pobres e negros – e em particular às mulheres desse grupo. O debate precisa ser retomado pelas sociedades israelense e internacional para evitar que práticas assim, que violam direitos humanos básicos, voltem a ocorrer.
Primeiro alerta
 Na última década, a taxa de natalidade entre as mulheres etíopes de Israel teve uma queda de 50%. Há mais de cinco anos a hipótese da esterilização veio à tona, em consequência dos relatos das etíopes. Pequena parte da mídia israelense noticiou o fato, mas as autoridades de Israel sempre o negaram. Foi o trabalho da pesquisadora Sabba Reuven, levado ao ar pela jornalista Gal Gabay no programa Vacuum, da TV Educativa de Israel, que escancarou o fato, no início de dezembro de 2012.
As entrevistadas foram claras: são obrigadas a tomar, a cada três meses, as injeções de Depo-Provera, anticoncepcional cujo efeito é de longo prazo. Vacuum chegou a acompanhar uma delas ao posto de saúde – a filmagem, feita sem o conhecimento dos funcionários, tem baixa qualidade e está nublada para evitar o reconhecimento das pessoas envolvidas, mas ainda assim registra a prática.
O problema maior é que a verdade jamais foi dita a essas mulheres. A esterilização, segundo os relatos delas, começa na Etiópia, nos “campos de trânsito”, nome dos locais para onde são levados os judeus africanos que querem emigrar para Israel. “Entre 1980 e 1990 milhares de judeus etíopes passaram meses nesses campos, na Etiópia e no Sudão”, escreveu Efrat Yardai, porta-voz da Associação Israelense de Judeus Etíopes, em artigo para o jornal Haaretz. “Centenas morreram apenas porque o país que supostamente devia ser um refúgio seguro para os judeus decidiu que ainda não era a hora certa, ou que eles não poderiam ser absorvidos ao mesmo tempo, ou que não eram judeus o bastante… Quem já tinha ouvido falar de judeus negros?”, ela provoca.
Vida controlada
Para Efrat, as injeções de Depo-Provera são parte da atitude do governo israelense em relação aos imigrantes africanos. Hoje em dia, nos campos de trânsito, os futuros imigrantes são obrigados a enfrentar “uma desorganização burocrática terrível, uma carga que lhes é imposta para que provem que estão aptos a viver em Israel”. Ao chegar ao novo país, de acordo com Efrat, eles passam a receber “tratamento” em centros de assimilação. As crianças são enviadas a escolas religiosas e incluídas num programa de educação “especial”, enquanto os pais “permanecem em guetos e as mulheres continuam a receber as injeções. [As autoridades] dizem que não temos escolha. As políticas repressivas, racistas e paternalistas prosseguem – políticas que supostamente seriam no melhor interesse dos imigrantes, que não sabem o que é melhor para eles”, ironiza ela.
Efrat vai além, afirmando que esse controle completo sobre a vida dos imigrantes é feito apenas em relação aos etíopes e impede que eles se adaptem a Israel. “A desculpa de que eles precisam estar preparados para viver num país moderno levam-nos a um processo de lavagem cerebral que os torna dependentes das instituições estatais de assimilação”, denuncia a porta-voz.
As entrevistadas de Gal Gabay sustentam as denúncias de Efrat Yardai. “Em Adis Abeba [Etiópia] eles marcaram uma reunião conosco (…) Disseram que, se continuássemos tendo muitos filhos, não conseguiríamos emprego em Israel. (…) Disseram que as injeções seriam dadas para evitar esse sofrimento, e que a cada três meses tínhamos de tomá-las”, contou uma imigrante. “E vocês aceitaram tomá-las?”, perguntou a jornalista. “Não. Nós não queríamos tomar. Recusamos. Mas eles disseram que não tínhamos escolha.”
Contracepção forçada
Nenhuma das etíopes sabia qual era a substância injetada em seus corpos. Ninguém as avisou de que o Depo-Provera é um anticoncepcional aplicado apenas em último caso, como na esterilização de mulheres aprisionadas ou que não têm controle sobre as próprias ações. Tampouco lhes contaram que o Depo-Provera tem um histórico nada recomendável. Entre 1967 e 1978 a substância foi injetada em 13 mil mulheres (metade negras) da Geórgia, Estados Unidos, que também não sabiam que eram cobaias. Muitas adoeceram e algumas acabaram morrendo durante o experimento, de acordo com uma pesquisa realizada em 2009 pela Isha L’Isha, organização feminista sediada em Haifa, Israel. A mesma pesquisa apontou que 60% das injeções de Depo-Provera, em Israel, são destinadas às etíopes. O segundo grupo mais visado é o de mulheres sob várias formas de custódia. Os efeitos colaterais variam, mas o mais comum é a osteoporose, que fragiliza os ossos e expõe as mulheres ao risco de quebrá-los com frequência.
Coordenadora do projeto Mulheres e Tecnologias Médicas da Isha, Hedva Eyal afirmou que o documento foi encarado com desinteresse pelas autoridades do país e que muitos “batiam a porta na cara” das integrantes da organização. “É estarrecedor constatar como os testemunhos das mulheres são rejeitados, em especial os das mulheres pobres e negras”, desabafa Hedva. As autoridades não levam em contam que “as decisões sobre a saúde e a fertilidade das mulheres podem e devem ser tomadas apenas por elas”, que para isso precisam ter acesso pleno a todas as informações importantes sobre o assunto. “Mas não foi esse o caso, ao que parece”, afirma ela.
Enviada por Isabela Pacola para Combate ao Racismo Ambiental.
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/12072

Investigação descobre fraude da blogueira cubana Yoani Sánchez
Velha opositora do governo cubano, a blogueira Yoani Sánchez teve um dos seus truques revelados pelo jornalista francês Salim Lamrani. De acordo com uma investigação conduzida por ele, o perfil de Yoani Sánchez no Twitter é artificialmente "bombado" por milhares de perfis falsos. 
Generación Y
Sob o nome de Generación Y, o mesmo do blog que a deixou famosa, o perfil de Yoani no microblog tem 214 mil seguidores. Considerada pela mídia estrangeira como "influente", ela é seguida por apenas 32 cubanos. Mas as estranhezas não param por aí. 
Super-seguidora
Yoani segue 80 mil pessoas no Twitter, um número completamente descabido. Conforme Salim Lamrani apurou, a blogueira cubana usa sites de troca de seguidores para aumentá-los e parecer mais popular na internet. Em troca de receber novos usuários, ela precisa segui-los. Daí a razão para seguir 80 mil perfis no Twitter. 
Super-seguidora II
A fraude da cubana não para por aí. Do total, cerca de 47 mil seguidores do Yoani são falsos. São usuários que não são seguidos por ninguém, não seguem ninguém mais exceto a própria blogueira e sequer têm fotos de perfil. 
O medo chama
Vazamentos recentes do Wikileaks indicam que o sucesso de Yoani na internet também tem o dedo do governo norte-americano. Nas correspondências, funcionários do governo americano mostram preocupação com as mensagens pessoais da blogueiras, que poderiam comprometê-la internacionalmente. 
Escândalo abafado
A cubana, aliás, protagonizou um dos momentos mais pitorescos da imprensa internacional nos últimos anos. Ela convocou vários jornalistas para uma coletiva de imprensa na qual explicaria um suposto sequestro seguido de espancamento em público. Os agressores seriam integrantes do governo de Fidel Castro. 
Só que Yoani apareceu na coletiva sem qualquer traço de agressão no corpo, não soube explicar como as manchas sumiram num intervalo de 24 horas e não apresentou qualquer testemunha. 
Fonte: JB
Carnavais latino-americanos mesclam tradições indígenas e africanas


Os carnavais latino-americanos mesclam as tradições indígenas das civilizações pré-hispânicas com os costumes da população afrodescendente dos países da região. Alguns recebem até influência do carnaval brasileiro, considerado o maior do mundo. De um modo geral, os carnavais latino-americanos foram trazidos pelos colonizadores – na América Hispânica – pela Coroa espanhola, assim como o brasileiro chegou com os portugueses.
Nas colônias, as festas foram assimilando elementos das culturas locais, das civilizações pré-hispânicas e de comunidades que vieram depois, como os afrodescendentes. Para analistas ouvidos pela Agência Brasil, apesar das diferentes influências regionais, o carnaval na América Latina carrega uma mensagem “homogênea”.
“O carnaval é um evento que se realiza no tempo e no espaço. Independentemente das mudanças regionais, nas festas, há uma relação distinta entre as pessoas, que implica em aproximação e mudança na comunicação interpessoal”, define o professor Jorge Enrique Londoño, diretor do Instituto de Comunicação e Cultura da Universidade Nacional da Colômbia.
Londoño lembra que essas são características universais. Mesmo com as diferenças culturais, o resultado será o mesmo. “O carnaval é a celebração do riso e da quebra de valores em qualquer lugar em que se vá”, defende.
E os costumes variam bastante na América Latina. No Equador, um dos principais carnavais é o da cidade de Guaranda, capital da província de Bolívar, a quatro horas da capital, Quito. Na festa, os foliões têm o costume de brincar com água, ovos e farinha, numa farra similar à comemoração dos estudantes brasileiros aprovados no vestibular. A cidade promove também desfiles de carros alegóricos, que se apresentam ao som de músicas típicas.
A música do carnaval são as tradicionais Diabladas Equatorianas. Diferentes grupos folclóricos de outras cidades e povoados se apresentam durante a celebração. Algumas apresentações fazem oferendas a La Pachamama (Mãe Terra), em sinal de agradecimento aos favores recebidos da terra.
Na Bolívia, o carnaval mais conhecido e procurado é o Carnaval de Oruro, no estado que leva o mesmo nome. A festa foi reconhecida como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 2008.
O carnaval de Oruro mescla celebrações da religião católica e elementos da cultura indígena pré-colombiana. O carnaval da cidade começa com o pedido de bênção dos grupos folclóricos que se apresentam à Virgem del Socavón, padroeira da cidade.
No carnaval boliviano, o pássaro azul, uma espécie de cachaça feita da cana-de-açúcar, de tonalidade azulada, é bastante procurado pelos foliões. No México, o carnaval mais conhecido é o da cidade de Veracruz, no estado de mesmo nome. A festa ocorre desde 1866 e, este ano, é esperado um público de 1,3 milhão de pessoas. A festa mescla ritmos caribenhos, como a salsa e o merengue, mas também oferece programação de batucadas ao ritmo do samba brasileiro.
“Gostamos muito do carnaval do Brasil e sempre trazemos grupos de batucada. O México é fascinado pela cultura brasileira e pela simpatia dos brasileiros”, disse à Agência Brasil o presidente do Comitê do Carnaval de Vera Cruz, Anselmo Estandia.
A festa na cidade começou na terça-feira (5) com a tradição da Queima do Mau Humor. Em praça pública, uma grande fogueira é acessa para queimar o mau humor que pode atrapalhar a festa.  Depois da cerimônia, o carnaval na cidade começa oficialmente.
 “A primeira coisa que temos que fazer para passar um bom carnaval é queimar o mau humor e tudo o que é negativo. Agora é hora de se dedicar somente à alegria e ao riso”, explica o organizador da festa.
Para terminar o carnaval de Veracruz é feito o enterro de Juan Carnaval, com a leitura de seu testamento, segundo os organizadores, um texto baseado no sarcasmo e na ironia, quase sempre com críticas à política mexicana.
Na Colômbia, a festa em Barranquilla, capital do carnaval caribenho, também foi declarada Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Unesco, em 2001. O carnaval de Barranquilla é considerado o segundo mais importante do mundo, depois do Rio de Janeiro.
Os pré-carnavais, em janeiro, e a coroação da Rainha do Carnaval são eventos bastante disputados na cidade. A música é a caribenha, com influência da cumbia, da puya e do mapalé, ritmos do Caribe colombiano.
Fonte: racismoambiental, 11/02/2013

Angola suspende atividades da igreja Universal e de mais seis Igrejas Evangélicas

Presidente José Eduardo dos Santos suspendeu as atividades da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola.
Luanda (Lusa) – As autoridades angolanas suspenderam as atividades da Igreja Universal do Reino de Deus  e interditaram os cultos e demais atividades de outras seis igrejas evangélicas, não legalizadas, segundo um comunicado enviado neste sábado (02) à agência de pública de notícias de Portugal, Lusa. A suspensão das atividades da Universal é uma das conclusões da Comissão de Inquérito nomeada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, na sequência da morte de 16 pessoas, por asfixia e esmagamento, no último dia 31 de dezembro, na capital angolana.
“Dia do Fim”
O culto, denominado “Vigília do Dia do Fim”, concentrou dezenas de milhares de pessoas que ultrapassaram, em muito, a lotação autorizada do Estádio da Cidadela. No comunicado enviado à Lusa, o governo anuncia que a Procuradoria Geral da República vai “aprofundar as investigações e a consequente responsabilização civil e criminal”.
A Comissão de Inquérito (CI) concluiu ainda que as mortes ocorreram devido à superlotação no interior e exterior do Estádio da Cidadela, causada por “publicidade enganosa”.Dias antes da cerimónia, a Universal espalhou em Luanda publicidade sobre o evento, que chamou de “Dia do Fim”. A propaganda convidava todos a “dar um fim a todos os problemas: doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação, dívidas”.
Para a Comissão de Inquérito esta publicidade criou, no seio dos fiéis, “uma enorme expectativa de verem resolvidos os seus problemas” e, socorrendo-se da legislação em vigor, classifica a difusão do evento como “criminosa e enganosa”. A  igreja também é acusada de não ter suspendido a cerimônia, mesmo depois de ter tido conhecimento da existência de vítimas mortais.
Outras igrejas tiveram atividades suspensas
Quanto à interdição de cultos e a outras atividades de seis igrejas evangélicas, a justificativa foi o fato de não estarem legalizadas. “Realizam cultos religiosos e publicidade, recorrendo às mesmas práticas da Universal”. As seis igrejas proibidas de levarem a cabo qualquer tipo de atividade são as igrejas Mundial do Poder de Deus, Mundial do Reino de Deus, Mundial Internacional, Mundial da Promessa de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém.
O comunicado pede aos fiéis destas igrejas e a toda a população em geral, para que se mantenham “serenos”, e a cumpram “cabalmente as decisões tomadas”. A Comissão de Inquérito, criada em 02 de janeiro pelo Presidente José Eduardo dos Santos, foi coordenada pelo ministro do Interior, Ângelo Tavares com auxílio da ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, e integrada pelos ministros da Administração do Território, Bornito de Sousa, da Justiça, Rui Mangueira, da Saúde, José Van-Dúnem, e da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, além do governador da província de Luanda, Bento Bento.
Fonte: Áfricas

Desemprego bate recorde na zona do euro mas pior pode estar por vir

A taxa de desemprego continua batendo recordes na zona do euro, onde atingiu 11,8% em novembro e afeta principalmente os países submetidos a severos programas de austeridade, como Espanha e Grécia. E nada indica que, em 2013, esta tendência sombria possa ser revertida.
Em novembro, 18,82 milhões de pessoas estavam desempregadas na zona do euro. São 113 mil a mais em relação a outubro e dois milhões a mais do que em novembro de 2011. Nos 27 países membros da União Europeia, o número de desempregados supera 26 milhões.
A taxa é menor do que em outubro, quando 220 mil pessoas foram adicionadas à lista de desempregados na zona do euro, mas isso não significa uma mudança de tendência.
"É altamente provável que a taxa de desemprego supere claramente os 12% em 2013" na zona do euro, opina Howard Archer, economista da IHS Global insight.
O desemprego alcança níveis excepcionais na Espanha, onde afetava 26,6% da população ativa em novembro, e na Grécia, onde chegou a 26% em setembro, último mês com dados disponíveis.

O primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, em visita à Alemanha, considerou "completamente inaceitável que 26 milhões de pessoas estejam desempregadas na Europa".
Em particular, o desemprego dos jovens "não é suportável", acrescentou. O índice de desemprego entre os jovens era de 24,4% em novembro na zona do euro, com máxima de 57,6% na Grécia e 56,5% na Espanha.
De forma geral, os países submetidos a drásticos programas de austeridade, frequentemente impostos em troca de um plano de ajuda financeira, são os que mais viram o desemprego disparar: na Grécia passou, em um ano, de 18,9% a 26%, e em Portugal de 14,1% a 16,3% .
Essas taxas muito elevadas contrastam com as de Áustria (4,5%), Luxemburgo (5,1%), Alemanha (5,4%) e Holanda (5,6%).
O Comissário europeu de Assuntos Sociais, Laszlo Andor, reconheceu isso na terça-feira em coletiva de imprensa: "a diferença se amplia entre os países que enfrentam uma rápida alta do desemprego e aqueles onde funciona melhor o mercado de trabalho".
Andor, que apresentou nesta terça-feira um relatório anual da Comissão Europeia sobre emprego e situação social na Europa, traçou um panorama sombrio e chamou de muito ruim o ano de 2012. Além disso, "a maioria dos sistemas de previdência social perdeu uma grande parte de sua capacidade para proteger as receitas das famílias contra os efeitos da crise", afirmou.
Andor considera "improvável que haja melhorias na Europa no plano socioeconômico em 2013".
Para que isso aconteça, seria preciso "mais progressos em matéria de credibilidade na resolução da crise do euro, encontrar recursos para efetuar os investimentos indispensáveis, inclusive na formação, para ajudar as pessoas a encontrar um emprego e a lutar contra a exclusão, e fazer com que as finanças atuem a serviço da economia real", afirmou.
O relatório da Comissão Europeia mostra, em especial, que as receitas disponíveis das famílias caíram entre 2007 e 2011 17% na Grécia, 8% na Espanha, 7% no Chipre, 5% na Estônia e na Irlanda.
Andor foi perguntado sobre o papel que pode desempenhar nesta situação a política de austeridade orçamentária que defende seu colega de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.
"A consolidação orçamentária era um objetivo muito importante", respondeu Andor, mas "sempre dissemos que tudo isso deve estar acompanhado de políticas que apoiem o crescimento".
 Irlandês Cria Propaganda em Outdoor Para Encontrar Emprego.  
                              RETROSPECTIVA 2012
Criado consórcio mundial de inovação social com 6 Instituições Universitárias, dentre elas a USP
Fonte: MIT News e da Agência USP
Congresso Internacional sobre literaturas Afroandinas “Homenaje a Leôncio Bueno” Lima, 26, 27 e 28 de junho de 2013
gellac@gmail.com
O discurso de Obama no Culto Ecumênico pelas vítimas do massacre da Escola de Sandy Hook
Fonte: G1 – 17/12/12
Comissão da ONU aprova texto relevante para declaração da Década dos Afrodescendentes (2013/2022)
Fonte: Rede afro-brasileira
Ângela Davis fala sobre o racismo nos EUA: "Enfrentamos hoje um racismo mais perigoso"
Fonte: A tarde – 09/12/12
Kimberlé Crenshaw fala sobre as questões de poder na estrutura social dos EUA e as causas do racismo
Fonte: Áfricas 28/11/12 – Por Giselle Paulino, para o Instituto Ethos

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