Salve
Jorge fala de Tráfico de Mulheres e corta cena de estupro de Carolina Dieckmann
gerando Polêmica!
Fonte: Uol / Maurício Stycer / Causa
Operária Humana on line / Mdemulher -famosos
ABORDAGEM
AO TRÁFICO DE MULHERES
Um dos assuntos abordados por
Glória Perez, em "Salve Jorge", novela das nove, da TV Globo, é o
tráfico de mulheres para o exterior. O tema é extremamente importante,
principalmente por tornar público um fato que acontece muito no Brasil.
No folhetim, 'Morena' (Nanda
Costa) está prestes a se tornar vítima do golpe. O amor da vida do capitão do Exército,
'Théo' ( Rodrigo Lombardi), acredita que terá uma chance de brilhar no
exterior, mas na verdade ela está na mira dos 'traficantes de mulheres'.
Nesta sexta-feira, 15 de
novembro, Glória Perez usou seu perfil no Twitter para comentar que tem
recebido muitas mensagens de vítimas desse tipo de tráfico. "Tem chegado muitas
msgs pra mim de pessoas q foram traficadas ou conhecem quem foi!", postou
a autora de "Salve Jorge".
O
MISTÉRIO DA CENA DE ESTUPRO
Em edição do “UOL Vê TV”,
comento a polêmica cena de estupro envolvendo a personagem Jéssica (Carolina
Dieckmann) na novela “Salve Jorge”. Muito aguardada pelos espectadores,
especialmente após declarações da atriz de que gravá-la havia sido chocante e
exigira muito do seu preparo físico e psicológico, a cena não mostrou
praticamente nada e deixou uma pergunta no ar: a Globo censurou a exibição? Ao
ser questionada no Twitter, Glória Perez respondeu que se optou pelo “bom
senso”.
Por que a produção gravaria uma
cena tão difícil, que envolveu, segundo “O Globo”, até dublê, para simplesmente
descartá-la depois? É um mistério.
Sobre a sequência, que não foi
exibida na integra pela TV Globo,
Carolina Dieckmann afirmou que
foi a mais difícil da sua carreira.
No final da última cena a atriz
estava tão arrasada que precisou ficar sozinha no camarim para se refazer e
parar de chorar. Carolina ainda precisou enfrentar boatos que teria usado uma
dublê, o que foi negado por ela.
Por conter imagens muito
fortes, só os gritos de Carolina e imagens dela chorando foram exibidos. Ela
contou que ficou frustrada com a decisão da direção da novela de Gloria Perez, mas depois se conformou.
“É que fiquei pensando: será
que, se não tivesse gravado o estupro em si, eu chegaria naquele nível de
emoção que foi exibido, a Jéssica aos prantos daquela maneira? Os fins
justificam os meios. Era muito pesado mesmo. Só de ler o capítulo, já fiquei
mal. Eles sabem o que fazem e vão medindo a temperatura. Não cabe a mim
decidir”, disse a atriz.
Veja a cena:
http://mauriciostycer.blogosfera.uol.com.br/tag/carolina-dieckmann/
O
BOICOTE DOS EVANGÉLICOS
Por fazer menção a "São
Jorge", considerado santo para os católicos e outras religiões, a novela é
alvo de críticas por parte de alguns evangélicos que chegaram a usar as redes
sociais para propor um boicote.
Na ocasião Glória Perez disse
que os protestos são de interesse comercial e apelam mais para o
fundamentalismo. “E penso que, em casos assim, o pessoal da imprensa deveria
seguir o sábio conselho do Millôr Fernandes: ‘Não se deve ampliar a voz dos imbecis’”.
A REALIDADE BRASILEIRA É QUE AS
MULHERES NEGRAS SÃO AS MAIORES VÍTIMAS DO TRÁFICO HUMANO.
Pesquisa divulgada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), mostra o mapa do tráfico de mulheres no Brasil e aponta que as mais prejudicadas são as negras (19 de setembro de 2009).
Segundo a OIT, os estados com o
maior índice de denúncias sobre o tráfico de mulheres visando a exploração
sexual, ficam na Amazônia: Amazonas, Maranhão e Pará.
O tráfico é mais predominante
nessas regiões porque o poder reacionário do latifúndio – armado até os dentes
– estabeleceu uma enorme opressão na região, onde abundam garimpos,
prostíbulos, tráfico de drogas etc. tudo sob a aquiescência dos governos da
região e do judiciário, que só age quando se trata de atacar os interesses dos
trabalhadores e a garantir os dos assassinos dos sem terra e seus mandantes.
Segundo a pesquisa, o perfil
das vítimas são mulheres que “vem de classes populares, apresentam baixa
escolaridade, habitam espaços urbanos periféricos, com carência de saneamento
básico e outros bens sociais comunitários, moram com algum familiar, têm filhos
e exercem atividades laborais de baixa exigência” (Repórter Brasil-6/8/2009).
Um dado importante fornecido é
que o tráfico humano é predominante entre as mulheres negras que tem faixa
etária de 15 a 27 anos.
No Brasil, existem mais de 240
rotas do tráfico humano.
As vítimas são levadas para
países da América do Sul e da Europa, destacadamente a Espanha e Alemanha.
As mulheres negras são vítimas
não apenas do tráfico humano, mas também do desemprego e da violência
doméstica.
Um caso internacional que serve
como exemplo dessa situação de maior opressão as mulheres negras é dos Estados
Unidos. Nesse país, “a taxa de homicídios entre mulheres negras é de 12,3 para
cada 100 mil assassinatos e entre as brancas é de 2,9. As mulheres negras entre
16 e 24 anos têm três vezes mais probabilidade de serem estupradas que as
mulheres brancas” (Agende- Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento).
Sendo vítimas do tráfico humano
e violência sexual, as mulheres negras também sofrem mais com as doenças
sexualmente transmissíveis.
“No Brasil a Aids já atingiu
mais de 60 mil pessoas. Destas, mais de 240 mil são mulheres de 15 a 49 anos.
No início dos anos 80, a relação de infecção era de 25 homens/1 mulher com a
doença e agora já é de 2 homens/1 mulher. Entre as mulheres, 55% têm entre 20 e
29 anos, predominando as negras e mais pobre”(idem).
A intensificação do tráfico
humano é um resultado da decadência do capitalismo. Este, desde seus primeiros
tempos, transforma tudo em mercadoria. Mas, na fase atual, de baixa lucratividade
da produção de mercadorias convencionais do mercado capitalista, estes
intensificam seus negócios nos chamados negócios do chamado mercado ilegal,
como tráfico de drogas e de pessoas. Nestas condições, a população negra é –
destacadamente – sua maior vítima.
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